sexta-feira, janeiro 27, 2006

Untitled - A Bird Sings

A bird sings
A song about its wings...
Fly high they can,
Up in the sky...
But can he?
A soul weaking to collide
On the bitter mountain side:
Resting place for its head,
So bursted, so undead...
Resting place for its heart,
So slaughtered...
So painly dead.

domingo, janeiro 22, 2006

Untitled - Este Momento

Descrevo este momento...
Ou tento.
Mas quem escolher
Para neste momento descrever?
Quem dele faz parte
Senão o mundo todo?
Não me descrevo a mim...
Nem a ti...
Pois o momento é o mundo,
E eu não me iludo.
Descrevo este momento...
E este momento... é tudo.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Untitled - Voando em Círculos

Sei que sou capaz de voar.
E assim, com todas as minhas certezas,
Na certeza do quão certo é tentar,
Sorrio, e embrenho-me
Neste sonho que tanto sonhei:
Torcer um sonho irrealizado,
Cuja emoção faz dis-
Parar o bruto bater de meu coração
Para com um esforço,
Empurrando os pés
Contra o chão, correndo,
Voar com um salto
Para o ar, deixando-me
Flutuar... e olhando para trás,
Para o chão, já sei como é...
Sentir-me parte do céu; Então, sereno, lanço-me
Pelas nuvens, sorrindo ao sentir esta honra:
Torço o ar em espirais, e desço-o
E subo-o, toco no belo azul céu,
Flutuo no reino de Zeus...
Então, enquanto me deixo a ondular,
Sorrio, pois estou a voar.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Untitled - Tão Longe

De mãos pendentes no ar...
Sem forças pra me segurar...
Sob esta árvore que me segura,
Minha vida não perdura
E acompanhando tuas lágrimas,
Quando te ouvi,
Desisti de assim viver,
Tão farto de me lamentar.
Atirei-me ao ar
Enquanto ouvia teu minguante chorar;
E um nó se formou em minha garganta...
Trepei sem hesitar
A uma árvore que logo encontrei.
De meu coração lancei uma corda
Porque te vi tão longe
Disse-te para agarrar.
Não quiseste o meu amor quando
logo to quis dar;
Peguei em meu coração
Para seres feliz com ele.
Disseste-me que deixarias assim tudo
Que tua vida entristecia,
Que não te fazia completa,
E viveste assim o nosso amor...
Naquele dia agarraste-te a mim,
Sonhando o amor que seria

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Untitled - Soneto de Amor, Soneto de Dôr

Abro o coração, escorre toda a cor;
Abri minh'alma, mas só eu fiquei...
Seco'sangue ao Sol: em pó me tornei;
Choro e lama sou, morro sem calor.

É assim que se fica o meu amor:
Feito nada quando tudo lhe dei;
Amei seco, pois nada respirei...
Olhos de nuvem, exprimindo a dor.

És a luz que faz todo céu brilhar:
Céu de verão, sem nunca escurecer;
És todo o ar que quero respirar:

Quem é que te fez? Teu eu quero ser!
Toda minh'alma quer a ti amar...
E meu coração... quer te pertencer.

Untitled - Sonho Meu

Sonho eu,
Sonho eu...
Um azul mar
Sob escuro céu...
Estrelas brilhando
Para coração meu...
A Lua iluminando
O ondulante bréu;
Tu nos meus braços,
Para eu te apertar;
Tu na minha alma...
Para sempre te amar.

Untitled - O Caminho para El Amorado

O comboio grita.
Rouco, expele a sua presença
Através de um bréu de nevoeiro.
Sem medo, ele corre,
Sem hesitar, ele continua
Através de silvas e pinheiros,
Cascalho e rochedos grosseiros,
Vendo apenas um palmo de metros
Na escura noite ausente de Lua;
Quilómetros que não demoram...
Metros que nada dizem...
O comboio engole-os,
Ao longo de sua viagem:
Passa rios,
Passa florestas,
Passa rochedos
De íngremes arestas;
Tudo muda lá fora,
E pouco muda cá dentro...
Apenas pessoas, que entram
Aquando de outras que se vão embora.
Poucas ficam,
Pois não sabem onde vão:
Qual é este fado,
Nem a última estação;
Fique alguém e logo verá,
Onde o comboio lhe parará,
Onde a vida o levará:
À terra do El Amorado,
Onde nada lhe faltará.

domingo, janeiro 01, 2006

Soneto de Sonetos - III

Contam memórias com tanto pesar;
Lembranças breves de quem é pequeno...
Outras complexas, de quem ama pleno.
Tantas histórias... Tanto recordar.

Desenham brancas nuvens pelo ar,
Rios e árvores de clima ameno;
Verdes terras; Outras de seco feno;
Pássaros leves pelo céu a voar;

Uns cavalos galopando nos prados;
Castanhos bois pastando nas tapadas...
Todos eles em vós são desenhados,

Em vós, poemas, caem as traçadas
De tantos quadros por Gaia pintados:
Paisagens belas por nós observadas.

Soneto de Sonetos - II

Imortalizam histórias de encantar...
Relatam tanto que há a conhecer;
Sonham sem sequer se importar em ser
Quem sonha os sonhos com tanto sonhar.

Em vós a poetizar a rimar,
Para alguém sentir quando um dia ler
O que um poeta acabou de escrever:
O que sua alma estivera a chorar;

Sejam vocês, poemas, a saída!
Fiéis nas palavras que vos disserem;
Infiéis nos sentimentos que sentem,

Apesar da lágrima em vós caída:
Lágrima da mágoa que vos inferem...
Vós, inocentes, para sempre mentem.

Soneto de Sonetos - I

Sonetos que tanto dizem...Quem são?
Sentem-se sós, ou cheios de amor?
Tanto falam, de sorrir e de dor,
De nobres feitos, em nobre canção.

Tanto falam dum rei, ou deus pagão...
Tanto relatam com tanto esplendor;
Contam guerras repletas de suor,
Relatam vidas cheias de paixão.

Glorificand'às'strelas quem descrevem,
Ajudam na missão do grande Zeus,
Gravando nas palavras bela imagem,

Como o Trovão faz nos astros dos céus;
Todos que por grandes feitos merecem,
Imortalizam no reino do deus.